Tom: Que se passa miúda? Que aconteceu com o meu bro?
Sara: Já disse que nem estive com ele.
Tom: Para que me estás a mentir?!
Sara: Não estou a mentir…
Tom: Sara (era a primeira vez que ele me tratava pelo meu nome próprio) eu sou irmão do Bill, irmão gémeo, sei que algo está mal, e sei que mete uma miúda. Ora… A única miúda que ele curte mesmo és tu, discutiram por causa da merda da tua camisola, eu não me importo é claro, mas ele ficou bastante afectado, ele saiu daqui a correr, não me digas que não estiveste com ele.
Sara: Tom… Que queres que te diga?
Deixei de o olhar nos olhos, não conseguia, tinha o mesmo olhar que o Bill, e ele lembrava-me o momento em que o Bill me encurralou no beco.
Tom: Quero que me digas a verdade. E que me olhes nos olhos.
Uma das suas mãos foi ao encontro da minha cara, obrigando-me a olhá-lo nos olhos.
Sara: Ele foi atrás de mim, discutimos outra vez, encurralou-me num beco, eu consegui fugir mas ele foi mais rápido que eu, agarrou-me no braço e beijou-me, depois, eu voltei a fugir.
Tom: Woooww, calma lá, o meu irmão beijou-te?! Assim sem mais nem menos?!
Sara: Sim rastas, eu não sabia o que fazer e só tive tempo de correr para bem longe dali. Foi aí que me encontraste…
Tom: Não sei o que te dizer miúda…
Sara: Não digas nada…
Ele saiu da minha frente, eu saltei da bancada e fui em direcção à porta. Ele agarrou-me no braço, tal como o Bill tinha feito.
Tom: Espera…
Não o estava a reconhecer, estava completamente mudado, não parecia o mesmo Tom que eu tinha de aturar nas aulas. Voltei-me.
Sara: Sim…
Tom: O que vais fazer agora?
Sara: Deixar que o tempo resolva isto…
Dei-lhe um beijinho na face, soltei-me dele e continuei o meu caminho. Na sala estavam o Georg e o Gustav.
Georg: Onde vais?
Sara: Tenho de ir a casa.
Gustav: Não demores muito.
Sara: Eu não janto.
O Tom apareceu, encostou-se à parede.
Tom: Deixem-na ir.
Eles ficaram parvos a olhar para mim e para o Tom, mas também não insistiram mais. Saí e atravessei a rua em direcção à minha casa. Fui até ao meu quarto e peguei no portátil. Precisava de contar a alguém o que se tinha passado. Liguei o MSN e comecei a falar com a minha melhor amiga.
“Nem sabes… Hoje o Bill beijou-me… Senti-me tão mal…”
“Sentiste-te mal porquê?”
“Porque… Eu até gostei… E senti-me mal porque pensei nele (ex-namorado).”
“Oh… Não fiques assim… Tens de seguir com a tua vida… Não podes deixar escapar a felicidade por causa dele…”
“Como é que ele está?”
“Já está melhor… Mas mudou muito mesmo… Acho que devias ligar-lhe e conversarem os dois…”
“É, talvez faça isso… Agora tenho de ir, o Bill ainda não apareceu, estou preocupada.”
“Ok, até amanha, pensa no que te disse.”
Não tive coragem de ligar ao meu ex naquele dia… Estava demasiado preocupada com o Bill… “Tenho de voltar para casa do G…” Arrumei tudo e voltei para casa do Georg. Quando já estava do outro lado da estrada vejo alguém vir na minha direcção. Parei, fiquei completamente sem reacção. Aproximava-se cada vez mais até que… parou.
“Bill…” O meu coração começou a bater muito rápido, parecia que ia saltar do meu peito, não compreendi o que se estava a passar. Ele parecia triste, trazia as mãos nos bolsos, cabeça baixa, olhava para o chão. Corri para ele e abracei-o com tanta força…
Sara: Estás bem *.*
Ele afastou-me.
Bill: Não te preocupaste comigo quando me deixaste sozinho.
Sara: Eu não sabia o que fazer, só me lembrei de fugir… Desculpa.
Bill: Falamos disso mais tarde. Vamos para dentro. Está frio.
Deu-me um beijinho na testa (aqueles rapazes tinham esta mania) e continuou em direcção à casa do Georg. Eu fui logo atrás dele.
Tom: Vejam quem chegou… já começávamos a ficar preocupados mano… Ah… a miúda nova também já voltou.
Georg: Já ia ver de ti minha revoltada.
Sara: Não se preocupem… Não há nada que se coma?
Gustav: Disseste que não querias jantar.
Sara: Mudei de ideias…
Tom: Jantas Bill?
Bill: Não. Vou para o quarto.
O Bill foi para o quarto. A casa do Georg tinha vários quartos: três no andar de baixo e três no andar de cima. O Bill ficou hospedado no andar de cima, assim como o Tom e eu. Comi qualquer coisa e também fui para o quarto. O Gustav foi embora, tinha de ir passar a noite a casa. Os outros ainda ficaram a ver TV. Tentei dormir mas não consegui. Já era tarde quando ouvi o Tom a subir. Saí do quarto e fui até à sala, liguei a TV mas não estava a dar nada de jeito. Fiquei sentada no sofá, de pernas cruzadas, a olhar para aquela sala e a pensar no que se tinha passado com o Bill. Alguém estava a descer as escadas.
- Também não consegues dormir?
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