Sara: Que se passa? A ultima vez que vi alguém com a mesma expressão que vocês disseram-me que tinha de vir para cá…
Georg: Vamos começar uma digressão… Já este mês…
Gustav: Temos de ir embora…
Tom: E não sabemos quando voltamos…
Bill: Vamos abandonar-te…
Os meus melhores amigos iam embora, os meus únicos amigos ali… Ia ficar sozinha…
Sara: Compreendo que têm de ir… Desejo-vos a melhor sorte do mundo…
Georg: Aceitaste bem melhor do que pensávamos.
Sara: Eu sei que é óptimo para vocês, é o vosso futuro, têm uma carreira pela frente. Eu cá me arranjo…
E ficámos naquela conversa toda. Os dias foram passando, já tinha regressado à escola sem eles, continuava naquele pedacinho de relva, sozinha, nada tinha mudado. O dia da partida tinha chegado. Estávamos todos à porta de minha casa, eles já estavam preparados para ir embora.
Sara: Parece que é agora…
Georg: É como se fosses connosco…
Gustav: Não nos vamos esquecer de ti…
Tom: Por incrível que pareça… acho que vou ter saudades das nossas discussões.
Bill: Viajarás sempre comigo meu anjo revoltado.
Sorri, mas ao mesmo tempo tinha as lágrimas a escorrem-me pela face.
Sara: Também vou ter muitas saudades vossas… Até de ti Tom.
Georg: Temos de ir…
Sara: Não se esqueçam de dar novidades.
Gustav: Fica prometido.
O Bill estava triste, notava-se nos olhos dele. Seguiram em direcção a uma carrinha, eu estava sentada à frente de minha casa. Começaram a entrar, o Bill ficou para ultimo. Quando ia a entrar, subitamente, desata a correr na minha direcção, levanto-me e vou ao encontro dele.
Sara: Esqueceste-te de alguma coisa?
Bill: Sim.
Puxa-me para ele e beija-me, tal como da primeira vez. Sentia o piercing dele.
Bill: Desta vez não fujas…
Sara: Prometo que estarei sempre aqui.
Sorrimos e desta vez quem o beijou fui eu. Começava a sentir algo mais que amizade por ele, mas ele tinha de ir embora. Voltou para a carrinha e partiram. Comecei a andar em direcção à porta de minha casa.
“Pronto… lá estou eu sozinha outra vez…”
- Sara?
“Quem será agora?”
Voltei-me, era um rapaz. Devia ter a minha idade, cabelo louro esbranquiçado (ou era branco alourado?).
Sara: Desculpa mas… eu conheço-te?
Rapaz: Não, mas eu sei muito sobre ti. Sou amigo do Bill e do Tom, o melhor amigo deles, os Kaulitz, conheces certo?
Sara: Eles já foram embora.
Rapaz: Eu sei, e também sei que a banda eram os únicos amigos que tinhas, por isso eles encarregaram-me de vir cuidar de ti.
Sara: A sério? Estás a gozar.
Rapaz: Não estou não. Olha.
Mostra-me uma sms do Bill.
Best, tens de cuidar bem dela, trata-a bem, ela é muito especial, não a abandones, um anjo daqueles não merece estar sozinho num sitio onde todos o olham de lado. Diz-lhe que nunca vou esquecer aqueles momentos no beco (não penses coisas obscenas) e que viajará sempre comigo. É só o que te peço.
Ok, era o número do Bill.
Sara: Está bem… Como te chamas mesmo?
Rapaz: Andreas.
Como já era de esperar os dias seguintes começaram a ser passados com o rapazito, ele era muito simpático. Os Tokio Hotel começavam a aparecer em tudo o que era revista, mas eu não queria ver, recusava-me, era sempre o Andreas que me lia as entrevistas, eu não queria ver fotos deles, sentia imenso a falta deles. Dias… Semanas… Meses… e eu continuava ali, com o Andreas. Nada tinha mudado, apenas as pessoas que me rodeavam tinham desaparecido, pelo menos nunca mais tinha falado com nenhum deles.
Andreas: Sara, olha aqui, vais gostar desta.
Ele estava a ler-me uma entrevista, já tinha 17 anos, já tinha passado um ano desde que me mudei para lá e um ano que os tinha conhecido, porque já estava de volta às aulas.
Sara: Lê.
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