Os dias passavam e eu nunca mais tinha visto o Bill, via os outros quando iam até casa do Georg, mas o Bill parecia desaparecido. Eles tiveram de ficar na Alemanha porque os médicos proibiram o Bill de actuar, para não sentir o stress. Iam ficar ali até ao fim do ano. Eu continuava a sair, andar de skate, mas já não o fazia com os outros rapazes, ia sozinha… De vez em quando lá aparecia uma foto minha numa revista, mas eu simplesmente não ligava.
Já estávamos em Novembro e o frio estava para ficar, estava tudo cheio de neve. Não podia fazer nada, a porcaria da neve impedia-me de ir andar de skate. “Ok, é desta, vou a casa do Georg, não quero saber quem lá estará, vou e pronto.” É verdade, raramente ia a casa do Georg, tinha medo de encontrar lá o Bill, e aquilo trazia-me más recordações, lembrava-me sempre do Bill deitado no chão, coberto de sangue. Peguei num casaco e atravessei a rua, ia a tocar à campainha quando ouço o buzinar de um carro.
- Oh jeitosa! Olha que o dono não está em casa…
“Hum… Cadillac preto… grande carrão…”
Aproximei-me mais um bocadinho… Era o Tom! Corri para junto dele, aquele rapaz tinha-me ajudado tanto :’D Sinceramente, quando o conheci, nunca pensei que me fosse dar tão bem com ele.
Sara: Rastas!! Há tanto tempo que não te vejo meu, tudo bem? Já tens carrinho hein…
Tom: É lindo não é?
Sara: Não me queres oferecer?!
Tom: Hum… não me parece xD
Sara: Onde está o Georg?
Tom: Estão todos em minha casa.
Sara: E tu, que estás aqui a fazer?
Tom: Vinha buscar-te ;)
Sara: Vai mentir a outra…
Tom: É verdade! O Bill anda tão triste… já não aguento vê-lo assim!
Sara: Ah, o Bill…
Tom: Vá, anda lá comigo.
Sara: Não sei…
Tom: Lembraste quando te trouxe para casa a mal?! Não me importo de repetir!!
Sara: Está bem… eu vou…
Entrei no carro, o Tom acelerava um bocado, viviam longe, já estava farta de ir ali, ainda por cima ele ia a ouvir hip hop e depois metia-se a dançar, quer dizer, não era bem dançar, era um espécie de movimentos descontrolados -.-‘
Sara: Olha Tom, não quero morrer hoje!
Tom: Não morres, eu não deixo (continuava a dançar)
Sara: Tom, para de fazer esses movimentos estranhos!
Tom: Oh, deixa de ser assim, mal humorada!
Já me estava a passar, tinha de mudar de musica urgentemente. Olhei à minha volta, comecei a mexer naquelas partes de arrumação que têm os carros, ele nem se apercebia, ia demasiado entretido a “dançar”. Encontrei um CD, não tinha nada escrito, nada que pudesse identificar o artista. “Ok, vamos experimentar este” Começa a tocar uma musica muito calminha, o Tom tinha parado o carro e neste momento estava a olhar para mim.
Sara: Porque parámos?
Tom: Porque chegámos xD
Sara: Ah, mas agora quero ouvir esta musica.
Tom: Onde arranjaste esta musica?
Sara: Está num CD que por acaso encontrei no teu carro.
Ele estava com uma cara… parecia preocupado…
Tom: Esquece lá isso, vamos.
Sara: Não, quero ouvir!
Voz do Bill… Mas eu nunca tinha ouvido aquela musica antes!
Sara: O que é isto?
A música falava de uma rapariga, de um amor que foi crescendo com o passar dos dias, mas essa rapariga teimava em fugir... Uma lágrima deslizou pelo meu rosto abaixo…
Sara: Esta voz é do Bill…
Tom: É… é do Bill… É uma nova música…
Sara: Esta rapariga de que fala…
Tom: Sim, és tu…
A música estava a acabar… “E apesar de tudo… Eu continuo a amá-la”
Sara: Quando é que ele escreveu isto?
Tom: Tanta pergunta!
Sara: É a ultima, prometo… agora responde-me.
Tom: Escreveu logo depois do que aconteceu…
“Ele ainda me ama”
Saí disparada do carro em direcção à casa, parei a meio, espantada pelo tamanho daquilo.
Tom: Então? Oh miúda decide-te!
Sara: Tom, nunca me disseste que a tua casa parecia um palácio -.-‘
Tom: Eu sou o Rei dentro dela x)
Sara: Sonha rapaz (dei-lhe um encontrãozito)
Tom: Passaste-te?!
Sara: Mereces-te.
Tom: Espera aí que já te apanho.
Comecei a correr, ele corria atrás de mim, íamos através de um jardim enorme, pisávamos a relva tratada. Ele agarrou-me e caí-mos os dois, ele estava em cima de mim, com um joelho de cada lado do meu corpo, segurava-me os braços e olhava-me nos olhos.
Tom: Parece que fui mais rápido do que tu.
Sara: Oh, isso foi porque me aleijei a andar de skate.
Tom: Mentirosa.
Sara: Não sou nada, agora larga-me.
Olha muito sério para mim.
Tom: Ouve lá, fizeste um piercing no lábio?
Por acaso até tinha feito… sempre quis fazer… Pensei que ele e os outros já tinham reparado e que simplesmente não me tinham dito nada… mas como também não estive mais com eles, assim pertinho, via-os sempre de longe…
Sara: Pensei que já tinhas visto :x
Tom: Nunca mais estive ao pé de ti, ao longe não ia reparar não é?
Sara: Sim fiz, agora, és capaz de me largar?
Tom: Hum.. Só com uma condição…
Sara: Oh, as tuas condições… Não sei não… Mas vá, diz-me lá, que condição é essa?
Tom: Tens de me dar um beijo.
Sara: Nãooo
Tom: Então também não sais daqui :P
Sara: Pronto está bem…
Ele já estava preparado para que eu lhe desse um beijo nos lábios, mas eu dei-lhe um beijo na face.
Tom: Então?!
Sara: Não disseste onde querias o beijo ;)
Tom: Oh (cara de amuado)
Sara: E escusas de fazer essa cara, vá, agora sai de cima de mim, sim rastinhas?
Tom: Não
Ele já estava a abusar…
Sara: Está frio… Estou a ficar toda molhada…
Tom: Não faz mal…
Sara: Tom…
Não sei onde fui arranjar a força mas lá me consegui soltar dele e agora as posições estavam invertidas…
Tom: Não é justo!!
Sara: Ai isso é que é… Vou-te torturar Tom Kaulitz.
Ataque de cócegas, aquele rapaz tinha imensas xD
- Estou a interromper alguma coisa?
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