Tocou novamente, mais aulas. O dia foi passado praticamente nisto, e as únicas pessoas que conhecia eram os Tokio Hotel. Não me importava de apenas os conhecer a eles, não por serem uma banda prestes a alcançar a fama, mas por parecerem todos uns fixes, contando com o Tom, aquele rapaz era mais mania que outra coisa, mas no fundo era um fixe. Antes de ir para casa com o Georg eles reuniram-se no espacinho de relva de que eu me tinha apoderado.
O Bill observava-me, eu estava a tocar. Apercebi-me de que todos estavam agora a olhar para mim.
Sara: O que foi?
Gustav: É estranho ver uma pessoa sentada na relva a tocar tão à vontade, sem se importar com os comentários das pessoas.
Sara: Habituei-me desde cedo a isso, já não ligo.
Bill: Tocas bem…
Sara: Obrigada.
Bill: Tenho estado a reparar numa coisa… Andas sempre assim? De preto?
Sara: É, já á muito tempo que o preto faz parte de mim. Mas não é problema nenhum pois não? Até porque reparei que também estás de preto. ;D
Bill: Não tem problema nenhum, até acho giro. Tens um estilo próprio, não segues tendências de um grupo onde ficas inserida. Aqui todas as raparigas andam conforme os grupos.
Sara: Já reparei, deve ser por isso que de manha quando cheguei todos me olharam de lado.
Bill: Isso é a inveja.
Georg: Desculpem lá estar-me a meter na conversa. Bill, se gostas da roupa… Espera até veres o quarto…
Sara: Georg?! Esquece Bill.
Bill: Que tem o teu quarto?
Sara: Não tem nada, é igual a tantos outros. Tenho que ir embora, vens Georg?
Georg: Claro, achas que eu te ia deixar ir para casa sozinha?
Despedi-me de todos, eu e o Georg seguimos para casa. No caminho…
Georg: Que achaste deles?
Sara: Da banda?
Georg: Sim.
Sara: Simpáticos, o Tom é muito chato, ele e o Bill são muito diferentes. O Gustav pareceu-me um bocado tímido, mas acho que com o tempo…
Georg: Poder de observação.
Sara: É, tem que ser. Afinal quem era a pessoa que ia gostar de me conhecer?
Georg: Não te apercebeste? Afinal o teu poder de observação não é 100% eficaz. :D O Bill.
Sara: Porquê?
Bill: Vocês pensam da mesma maneira.
Sara: Se tu o dizes… Ele parece ser um rapaz simpático e com muito mais juízo que o irmão.
Tínhamos chegado, despedi-me dele e entrei. Estava esfomeada. Passei pela cozinha e subi para o quarto, peguei no portátil e comecei a contar as novidades do dia aos meus amigos. Procurei pelo meu ex. “Ele está mal Sara, diz que tem imensas saudades tuas… Nem parece o mesmo… Está mesmo em baixo”, dizia-me a minha melhor amiga. “Eu também sinto imenso a falta dele, ainda o amo muito…” Chorei, lembrar-me dele fazia-me chorar. Não consegui estar mais ao pc. “Tenho de me distrair”, subi até ao sótão, ainda estava desarrumado. “Vou dar aqui uma arrumação”. Os meus pais não estavam em casa, sozinha não tomava conta do recado, fui até casa do Georg, para ver se ele me podia ir ajudar.
Dlim dlão, toquei à campainha. Ninguém abria, “deve ter saído”. Voltei para trás. “Sara!”, alguém chamou por mim. Conhecia aquela voz. Voltei-me.
Sara: Olá Bill, estás aqui?
Bill: Anda, entra, estamos cá todos.
Sara: Não, deixa estar… Vinha pedir um favor ao G (como chamava o Georg)
Bill: Ele está dizer para entrares, e diz que se não entrares manda o Tom ir buscar-te.
Sara: Ok! Eu entro, quero distância desse gajo, já me basta estar ao lado dele nas aulas.
O Bill sorriu, tinha um sorriso tão bonito… Entrei, estavam todos sentados no chão da sala, a jogar playstation.
Sara: Olá. :D
Georg: Olá revoltada (ele chamava-me assim pela razão de nos termos conhecido, eu estar revoltada e gritar) Precisas de alguma coisa?
Sara: Sim, preciso, mas tens visitas, fica para outro dia.
(levantou-se)
Georg: Oh, não sejas parva. Que foi?
Sara: Os meus pais não estão em casa, vinha pedir-te ajuda para arrumar o sótão lá de casa… O amplificador que me deram nos anos já não cabe no quarto, e tenho saudades de tocar na minha guitarra eléctrica.
Tom: Amplificador?! Ouvi bem? Tens de me mostrar isso miúda nova!
O Tom tinha apanhado a mania de me chamar miúda nova, isso irritava-me, mas eu ignorava.
Georg: É uma boa razão para arrumar o sótão… Nós ajudamos.
Tom: Nós?! Eu não arrumo nada.
Bill: Eu não me importo de ajudar.
Gustav: Eu também não.
(olharam todos para o Tom)
Tom: Tem mesmo de ser?
Todos: Sim.
Tom: Está bem…
Fiquei feliz, com mais pessoas a ajudar ia ser mais rápido… Mas não confiava naquele Tom, e tê-lo em minha casa não me agradava…
Fomos todos para minha casa, subimos até ao sótão. Aquilo estava mesmo desarrumado.
Sara: Não fazia ideia que isto estivesse assim tão…
Banda: Desarrumado?
Sara: Pois…
Georg: Nós ajudamos na mesma, mas com uma condição…
Sara: O que vem aí G?
Georg: Depois falamos ;D
Começámos a arrumar tudo, só acabámos à hora de jantar. Estávamos tão esfomeados! Encomendámos pizza.
Sara: Obrigada por ajudarem a arrumar aquilo.
Bill: Não tens que agradecer miúda. Olha, onde é o WC?
Sara: Lá em cima, ao fundo do corredor.
Bill: Está bem, obrigada.
Ele subiu, eu fiquei com os outros na sala.
Tom: Então miúda nova, preparada para mais um dia de aulas ao lado do papá?
Sara: Deves estar com a mania…
Georg: Tom, pára com isso.
Gustav: Não te chegam as que tens?
Tom: Nunca são de mais. Muito menos quando não têm namorado.
Sara: És tão parvo -.-‘
Subi revoltada para o meu quarto.
Georg: Estás contente com o que fizeste?!
Tom: Não fiz nada de mal…
Gerog: Fizeste sim Tom! Ela teve de deixar o namorado em Portugal, teve de acabar tudo com ele, namoravam à um ano! Ela sente imensa falta dele, ainda o ama muito! Percebes agora seu estúpido? É claro que tu não sabes o que é amar alguém…
Tom: É por isto que não me apaixono.
O Georg levantou-se.
Gustav: Onde vais?
Georg: Vou ter com ela.
Gustav: Não faças isso. Deixa-a estar sozinha.
Sentou-se novamente. O Bill estava ao cimo das escadas a ouvir tudo. Tinha deixado a porta do meu quarto entreaberta. Alguém bateu à porta. Eu estava a chorar.
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