terça-feira, 22 de julho de 2008

Capitulo 11

Era o Bill, já conhecia aquela voz.

Sara: Não…

Bill: Já somos dois…

Sara: Temos de falar Bill…

Bill: Que queres falar?

Sentou-se ao meu lado.

Sara: Desculpa ter-te deixado ali, sozinho.

Bill: Não faz mal, eu compreendo. Ainda não tiraste da tua cabeça o rapaz de Portugal.

Sara: Sim…

Bill: Eu espero…

Sara: Esperas?

Bill: Sim…

Sara: Tipo… para mim és um amigo… talvez mais que isso… mas deve ser porque me fazes lembrar o outro rapaz de Portugal… Não vou dizer que não me imagino a namorar contigo… Estaria a mentir… Eu adoro-te…

Bill: Mas eu amo-te.

Disse-me aquilo a olhar-me nos olhos. Mais uma vez fiquei sem saber o que dizer ou fazer.

Bill: Desta vez não fujas…

Sara: Não vou fugir…

Bill: Que vais fazer?

Sara: Não sei… Hoje tive uma conversa com o teu irmão… Ele conhece-te muito bem…

Bill: Eu sei… Ele parece ser muito arrogante mas é um gajo brutal.

Sara: É… E então, está tudo a correr bem com a banda?

Bill: Sim :D Estamos a ter imenso sucesso, o nosso álbum é numero um e o single também.

Sara: Ainda bem… Isso quer dizer que em breve têm de ir embora não é?

Bill: Sim…

Notei uma ligeira tristeza nos olhos dele.

Sara: Não é razão para ficares triste, devias estar orgulhoso.

Bill: Eu sei, mas vai custar-me deixar-te.

Sara: Acho que tão cedo não saio daqui.

Ele sorriu. Ficámos mais um pouco à conversa e depois subimos. Finalmente consegui dormir. O dia de domingo não foi nada de especial, acordei com beijinhos do Georg, era um querido ele. Eles passaram o dia em casa do G, e eu passei o dia com eles.

“Vou ligar-lhe.”

Sim, tinha-me decidido a ligar ao meu ex.

“Olá…”

“Oi…”

“Está tudo bem contigo?”

“Vai-se indo… Tenho saudades tuas…”

Fiquei com um enorme nó na garganta, as lágrimas vieram-me aos olhos.

“Eu também tenho muitas saudades tuas… A vida aqui na Alemanha é bem diferente da vida em Portugal…”

“Eu sei disso… Já tens muitos amigos?”

“Não… Quatro rapazes… Só eles mesmo… Pode soar um bocado mal, uma rapariga no meio de quatro rapazes, mas acredita que são os únicos que não me olham de lado. Ainda não percebi porquê mas aqui parece que ninguém gosta de mim…”

“Pois… Quem são esses quatros rapazes? Quero uma descrição pormenorizada”

“Pensei que não eras ciumento, aliás, a ciumenta costumava ser eu”

Ambos ri-mos, estávamos a recordar os tempos em que estivemos juntos.

“Eu gostava de ti na mesma… ainda gosto…”

“Como eu te compreendo… Mas tens de seguir com a tua vida, não te prendas a mim…”

“Digo-te o mesmo… quero saber como são os tais rapazes, vá, conta”

Tinha de lhe contar que o Bill me tinha beijado… sentia-me mal em não lhe contar…

“Então… eles são de uma banda bastante conhecida aqui na Alemanha, os Tokio Hotel. O primeiro que conheci foi o Georg, o baixista da banda, conheci-o logo no dia em que cheguei, ele é filho dos amigos dos meus pais, aqueles que deram uma ajuda com a arrumação da casa. Depois há dois gémeos, o Tom e o Bill. Nem imaginas como eles são diferentes! O Tom é da minha turma, tem rastas no cabelo, um piercing no lábio, sabes como gosto de ver piercings nos lábios, usa roupas largas e isso, o Bill é bastante parecido contigo… Têm o mesmo olhar… e veste-se muito de preto… O Tom toca guitarra, é um mulherengo do pior. O Bill é o vocalista. Finalmente há o Gustav, um rapazito tímido, mas é um anjo, está sempre pronto a ajudar”

“Andas bem acompanhada… E não arranjaste ninguém? Nenhum namorado?”

“Não… Mas…”

Era agora.

“Mas?”

“Mas o Bill ontem beijou-me. E eu não parei de pensar nisso…”

“Fico feliz por ti.”

“Desculpa… Talvez eu não tivesse parado de pensar naquele beijo porque ele me faz lembrar muito tu…”

“Não te vou culpabilizar por isso, está descansada. A nossa relação terminou… Melhores amigos, ainda somos?”

“Claro, sempre melhores amigos, desde os primeiros dias.”

“Tenho de desligar… Mais uma vez digo-te que fico feliz por ti… Não deixes escapar o Bill… Ele parece ser um tipo bacano, se dizes que é parecido comigo já é bom”

“Está bem, anima-te, e volta a ser o mesmo que deixei plantado à porta de minha casa.”

“Serei.”

E desligou.

Bill: Estavas a falar com ele?

Sara: Estavas aí Bill?!

Bill: Sim, desculpa estar a ouvir a conversa.

Sara: Não faz mal… Tenho de ir para casa, está a fazer-se tarde. Vemo-nos amanha na escola.

Bill: Até amanha.

Fui para a minha casa. Pensei em tudo o que se tinha passado naquele fim de semana. Adormeci. As semanas foram passando e tudo continuava na mesma. Já estávamos em Dezembro. Eram férias de Natal. Continuava com os mesmo amigos, o Tom estava diferente comigo, já não se atirava tanto, o Bill e eu continuávamos só amigos, apesar do nosso sentimento um pelo outro aumentar a cada dia que passava, o Georg continuava o meu protector e melhor amigo, o Gustav não tinha mudado nada mesmo. Noite de ano novo. Passámos todos em casa do Georg e ficámos todos a dormir lá. No dia seguinte todos se reuniram na sala comigo. Achei estranho, estavam todos com umas caras estranhas.

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