segunda-feira, 21 de julho de 2008

Capitulo 6

Sara: Vai-te embora Georg, não me apetece falar!

- Não é o Georg.

Aquela voz novamente, levantei os olhos.

Sara: Bill… Entra.

Ele tinha percebido agora o porquê do Georg se referir ao quarto dela, era como uma réplica do quarto do Bill.

Bill: Estás bem? Estás a chorar Sara…

Sara: Não foi nada de importante.

Bill: Eu ouvi o Georg discutir com o Tom, o que é que ele te fez?

Sara: Nada, disse uma coisa que me fez lembrar uma pessoa.

Bill: O teu namorado?

“Como é que ele sabe?”

Bill: O Georg estava a dizer que tu tiveste de deixar o teu namorado em Portugal, que tiveste de acabar com ele para vires para cá. Ainda gostas muito dele não é?

Ele estava sentado ao meu lado na cama. Abracei-me a ele, continuava a chorar.

Bill: Não chores…

Sara: Larguei tudo para vir para aqui, tudo mesmo…

Bill: Eu compreendo-te… Mas por favor não chores, não vai levar a lado nenhum!

Olhei-o nos olhos. Ainda não me tinha apercebido o quanto aqueles olhos eram parecidos com os do rapaz que deixei em Portugal, ou até seriam iguais. Era a primeira vez que estava a olhar para ele ao pormenor. “Parece ele…” Ele reparou que eu tinha ficado estranha, e os meus olhos não largavam os dele.

Bill: Estás bem?

Sara: És tão parecido com ele…

Bill: Ele quem?

Sara: O rapaz que me vi obrigada a deixar…

Bill: A sério?

Sara: Sim, ainda não me tinha apercebido.

Bill: E ele é bonito?

Sara: Muito mesmo, é lindíssimo.

Bill: Isso quer dizer que eu também sou?

Sara: Sim.

Ele sorriu, outra vez. Como eu gostava daquele sorriso! Continuámos a conversar, ele quis saber quem eram todas aquelas pessoas nas fotografias das paredes do meu quarto…

Tom: O Bill de certeza que se perdeu…

Georg: Se calhar ficou entretido com algo.

Gustav: Já sabes como ele é, é teu irmão.

Tom: Vou ver dele.

Subiu as escadas em direcção à casa de banho, lembrava-se das indicações que eu tinha dado ao Bill. Passou pelo meu quarto, a porta continuava entreaberta, dava para ver que estavam lá duas pessoas. Entrou, nem bateu à porta (o Bill era muito mais educado que ele -.-‘), ia mesmo disparado lá para dentro, mas quando viu o meu quarto ficou imóvel.

Tom: WWWOOOOWWW

Bill & Sara: Tom?!

Ele olhava em redor, olhava para todas as paredes, olhava para o tecto. Eu e o Bill não tínhamos dado conta de ele entrar, estávamos de costas para a porta.

Sara: Eu não te dei autorização para entrares no MEU quarto.

Bill: Meu, estás bem? Fecha mas é a boca!

Tom: Este quarto é brutal…

Sara: Desculpa?

Tom: Grande foleirada.

Bill: Eu até gosto bastante… E sei que tu também gostas.

Tom: Não gosto nada, está piroso. Só vinha à tua procura. A menina já parou com a choradeira?

Sara: Consegues ser mesmo parvo tu -.-‘

Bill: Acho que lhe deves um pedido de desculpa.

Tom: Não peço desculpa a ninguém.

Bill: Tom! Falas-te mal para ela! Pede desculpa!

Sara: Deixa estar Bill, não é preciso, não quero que ele peça desculpa obrigado ou por favor.

Tom: Vês, não preciso de pedir desculpa.

Gustav: Kaulitz! Vamos embora! (berrava da sala)

O Tom saiu, o Bill ficou para trás.

Bill: Não lhe ligues, ele é mesmo assim.

Sara: Não faz mal. Eu vou convosco até à porta.

Saímos os dois, os outros estavam à porta à espera do Bill.

Georg: Estás melhor minha revoltada?

Sara: Sim G, estive a falar com o Bill, ajudou um bocado.

Georg: Fico feliz por teres feito novos amigos. Eu sabia que vocês se iam dar bem. Agora temos de ir, até amanha.

Bill: Vemo-nos na escola, e quero-te ver mais animada!

Gustav: Até amanha miúda, aproveita para ir estrear o sótão ;D

Sara: Era exactamente isso que eu ia fazer.

O Tom nem se despediu. Foram embora e eu ficava sozinha outra vez. Peguei na guitarra e fui até ao sótão. Já se está a ver o que fiz, toquei.

A minha primeira semana de aulas foi passada nisto: o Tom sempre a chatear nas aulas, o Georg sempre a tomar conta de mim, ser olhada de lado, ficar mais próxima do Bill, tornei-me uma boa amiga do Gustav, quando chegava a casa os meus pais continuavam a não estar lá e por vezes ia a casa do Georg jantar, outras vezes ia para o sótão, para a minha paixão. Continuava a falar todos os dias com os meus amigos de Portugal, e todos os dias perguntava por ele. Pelo que me diziam ele estava sempre na mesma, triste, mudado, já não era o mesmo sem mim por perto. Sexta-feira chegou num ápice, finalmente era fim-de-semana. Já tinha muitas inimigas na escola, teimavam em fazer-me a vida negra. Os meus pais chegaram à hora de jantar “Finalmente, um jantar em família”.

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