terça-feira, 22 de julho de 2008

Capitulo 19

O Tom levantou-se.

Tom: Sim, como está o meu irmão?

Dr: A operação já terminou, ele estava num estado muito critico, o golpe era muito fundo e houve o corte de uma veia, tivemos de fazer a reconstituição dessa mesma veia. Agora é esperar que ele acorde… ainda está sob o efeito da anestesia, não sabemos ainda como ele irá ficar… Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance…

Sara: Mas ele vai sobreviver não vai?

Dr: Ele neste momento está estável, tudo aponta para que ele fique bem, mas são operações muito delicadas, só o tempo o dirá…

E foi-se embora. Eu e o Tom estávamos novamente sentados, como antes, desesperados… A D. Simone chegou, contámos-lhe o que o médico tinha dito, ela ficou de rastos mesmo, custou-me ver ali a senhora, custou-me saber que tudo aquilo era culpa minha. Estivemos ali umas 2 horas à espera de novidades até que o mesmo médico voltou para junto de nós, já lá estava o Georg e o Gustav, ainda me disseram para ir a casa, mas eu não quis.

Dr: Ele já acordou.

D. Simone: Podemos ir visitá-lo?

Dr: Sim, ele está fraco, não o obriguem a falar muito, mas as visitas têm de ser um de cada vez.

A D. Simone levantou-se, já ia em direcção ao quarto.

Dr: Hum… D. Simone não é?

D. Simone: Sim?

Dr: Desculpe, mas a primeira coisa que ele disse quando acordou foi Sara, creio que será melhor ela ir em primeiro lugar… És tu a Sara? (olhando para mim)

Sara: Sim… Sou eu…

Dr: Acompanha-me por favor…

Sara: Está bem.

Eu estava a apanhar do ar, não percebia o que se estava ali a passar, aquilo tudo era culpa minha, só minha, e eu é que ia ser a primeira pessoa a vê-lo? OMG

Segui o médico até uma porta, dava para o quarto dele. O médico deu-me alguns conselhos para ele não se esforçar muito. Bati à porta e entrei. Ele estava deitado, parecia frágil, tinha o pulso ligado.

Sara: Posso?

Bill: Entra…

Aproximei-me dele e sem dar por isso comecei a chorar.

Sara: Porque fizeste isto Bill? Porquê?!

Bill: Esperei dois anos para te voltar a ver, e quando finalmente posso estar contigo, vejo-te assim, uma pessoa fria. Prometeste que estarias sempre ali, que irias esperar, não foi isso que vi Sara, ignoraste-me, sinto que me usaste e deitas-te fora como se fosse lixo…

Não aguentei, chorei ainda mais, ouvir aquilo da boca dele ainda me custava mais.

Sara: Desculpa… não posso fazer mais nada do que pedir-te desculpa… nunca pensei que ficasses assim, eu não te esqueci, ao ver-te, o sentimento que eu pensava morto renasceu, tive tanto medo de te perder…

Bill: Eu amo-te Sara! Nunca mas nunca mesmo me esqueci de ti, todos os dias falava de ti, recusei milhares de miúdas por causa de ti, permanecias em cada momento no meu pensamento…

Não o conseguia olhar nos olhos, eu amava-o, queria dizer-lhe isso, mas ele parecia estar-me a culpar de tudo o que fez ou não fez.

Sara: Vou embora, tens pessoas lá fora à espera para te verem. Vemo-nos por aí, desejo-te as melhoras…

Ele não me respondeu, eu virei costas e dirigi-me à porta, já com uma mão pronta a abri-la, voltei-me novamente, não me sentia bem, tive de lho dizer.

Sara: Bill… Só quero que saibas que te amo…

Abri a porta e fui embora, passei pela sala onde estavam os outros, nem lhes falei, fui directa para a saída do hospital, estava a chorar. Mal passei a porta para sair começaram a disparar flashes e perguntas sobre o Bill. “Que é isto?! Como souberam? Eles não sabem que eu os conheço!”

“Sara, como está o Bill?”

“Já o visitou?”

“Ele vai sobreviver?”

“É verdade que é você a rapariga do beco?”

“Há quanto tempo mantém uma relação com Bill Kaulitz?”

“Porque está a chorar? Ele morreu?”

Woww, tantas perguntas, não sei o que se estava a passar, mas eles sabiam quem eu era. Senti alguém a puxar-me de novo para dentro, era o Georg.

Georg: Estás bem?

Sara: Que se passa lá fora?!

Georg: Parece que a comunicação social já soube… Deve ter sido alguém da ambulância…

Sara: Mas como me conhecem?! Como sabem quem eu sou?

Gustav: Isso já deve ser obra de alguém que te conhece e sabe que és nossa amiga… Pode muito bem ter sido uma daquelas raparigas que nunca te gramaram…

Sara: Quero ir para casa…

Georg: Anda, eu levo-te.

O Tom estava a chegar, ele devia ter entrado a seguir a mim.

Tom: Onde vão?

Georg: Vou levar a Sara a casa.

Tom: Eu também vou, preciso de descansar…

Georg: Está bem.

Seguimos o Georg até ao carro dele. Passei a viagem toda calada, a pensar no que o Bill me tinha dito. Finalmente chegámos, eu fui para minha casa e o Tom foi para casa do Georg, eles ainda tinham lá as malas todas. Não estava ninguém em casa, fui tomar um bom banho e deitei-me um bocado. Não conseguia dormir, o Bill não saía da minha cabeça. Fui até ao sótão, peguei na guitarra, liguei-a ao amplificador e comecei a tocar, sentada na janela. Não sei porquê mas não saía nada de jeito… Olhei para a rua, alguém vinha na direcção de minha casa, parecia o Tom. Desci e fui à porta.

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