Andreas:
“Bill, qual foi a coisa mais louca que fizeste por uma miúda?
Tom: Essa eu respondo, foi no ano passado, com uma miúda que se tinha mudado à pouco tempo para a nossa cidade, ela era amiga do Georg e estávamos todos a passar o fim de semana em casa dele quando a miúda decide que queria jogar playstation contra mim. Ora, como devem calcular eu estava a ganhar, mas a gaja começou a tirar o casaco e ficou com um top que tinha um decote daqueles, não consegui resistir a olhar, é que a miúda era mesmo boa…
Georg: Depois o Tom perdeu porque se estava a babar com o decote, é que ele estava no sofá e ela no chão, já estão a imaginar…
E o que é que isso tem haver com o Bill?
Tom: Depois o Bill fez uma cena de ciúmes e começou a discutir com ela… E depois ela bazou e ele foi atrás dela.
Bill: Quando a encontrei ela começou a fazer grande escândalo e levei-a para um beco ali ao lado, encostei a à parede e tivemos assim uns bons minutos mas ela conseguiu escapar. Felizmente fui mais rápido que ela e agarrei-a num braço, virei-a para mim e beijei-a.”
Ri-me descontroladamente.
Sara: Ele falou de mim xD O relato do Tom… nunca muda ele…
Andreas: É assim desde que o conheço… Oh miúda, não queres ver uma foto deles?
Sara: Não… É melhor não…
Andreas: Tu é que sabes…
Sara: Tens falado com eles?
Andreas: Todos os dias, e todos os dias eles perguntam por ti, não percebem porque deixaste de falar com eles.
Sara: Assim é mais fácil para mim… Duas separações em menos de meio ano custa muito, lido melhor se me desligar deles. Como está o Bill?
Andreas: Diferente… parece mudado…
Sara: Está bem…
Andreas: Sentes a falta dele não é?
Sara: Sim ): Tenho saudades daqueles olhos dele, das discussões com o Tom, dos abraços do Georg e dos beijinhos do Gustav. Eles sempre estiveram do meu lado…
Andreas: Compreendo.
Ficámos a falar sobre o passado, quando eu passava os dias com eles a fazer asneiras na rua e essas tretas.
Já tinham passado dois anos, nem tinha dado pelo tempo a passar. O Andreas tornou-se na banda em um, aquele gajo era espectacular, fazia de tudo para não me ver triste, às vezes chegava a ir a minha casa para me acordar tal como o Georg fazia, dava-me aqueles abraços apertadinhos que eu tanto gostava, passava o dia a dar-me beijinhos e por vezes até imitava o Tom quando ia com ele na rua, tipo, a mandar piropos às miúdas, ele fazia-me rir, mas não conseguia substitui-los, eles eram insubstituíveis, especialmente o Bill. Já tinha acabado a escola, decidi que por enquanto não ia estudar mais, o meu sonho inicial de ir para medicina tinha-se desmoronado quando parti para a Alemanha. Aprendi a andar de skate, e cheguei a um ponto em que tinha muitos amigos, todos rapazes, as raparigas não me curtiam simplesmente, então passava todo o meu tempo com eles, no skate, ou então a andar de patins, mas isso eu já sabia andar antes de ir para a Alemanha. Continuava a vestir-me de preto, o meu quarto estava na mesma, o sótão continuava a ser o meu “estúdio” e ia para lá sempre que podia, apenas o cabelo estava diferente, do mesmo louro que à dois anos atrás, mas com uns caracóis que todos adoravam. Dois anos… Muito tinha mudado…
Estávamos em Agosto, estava um sol tão apetecível… Ia todas as tardes à piscina, estava com uma pele de um tom torrado. Numa dessas tardes…
Andreas: Bora à água?
Sara: Claro :D (eu adorava a porcaria da água)
A piscina ficava à beira da estrada, dava para ver os carros as passar. Começo a ver muito movimento. O Andreas estava a brincar comigo dentro de água.
Sara: Pára! Já não aguento! Olha para ali, imenso movimento…
Andreas: Deve ter sido algum acidente, ou então alguém fez merda.
Sara: É, deve ser.
Não liguei mais. A tarde passou tão rápido… Fui para casa de skate, tinha vestido uns calções que eu adorava, com a parte de cima do bikini e um top aos quadradinhos, nos pés… All star completamente desapertadas. Cheguei a casa, olhei em frente, para a casa do Georg, como fazia todos os dias, pareciam atarefados.
“OMG mais outra festa de gente pipi”
Sim, os pais do Georg davam imensas festas. Peguei no skate e segui em direcção à porta de casa, estava à procura das chaves quando tenho a sensação que alguém está atrás de mim.
- Sara? És tu?
“Esta voz… Não… não pode ser…”
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